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Um a um

O sucesso é sempre um tema instigante e que gera muitas opiniões diferentes (às vezes complementares, às vezes contraditórias). O fato é que existem duas condições para o sucesso: como você se enxerga e como os outros enxergam você. A pessoa de sucesso pleno consegue ser vista por si e pelos outros como realizadora de grandes feitos.


Para analisarmos o sucesso de alguém, devemos levar em consideração quatro situações:


1) Nem você nem os outros te enxergam como sucesso. Essas pessoas não são realizadoras, são vítimas de suas atitudes muitas vezes procrastinadoras, de seu desinteresse em viver, de sua inércia. São escravas da vida.


2) Você não se enxerga como sucesso, mas os outros sim. O trabalho desempenhado por este tipo de pessoa ajuda as outras pessoas, mas ela não percebe, muitas vezes porque sofre da síndrome do "coitadismo". Este, quando faz, faz bem feito, mas não enxerga o fruto de seu trabalho, a sua atuação e importância para a sociedade. Com o tempo, as outras pessoas vão deixando de acreditar e essa pessoa acaba caindo na situação do item anterior.


3) Você se enxerga como um sucesso, mas os outros não. Este item acaba se convertendo em duas possibilidades: a) a pessoa que se "acha". Em inglês "mamônico assassínico" seria o famoso "The Face!". Ele se diz "O cara". Mas não é assim que as pessoas o veem. Ele é arrogante, não convence. É capaz de ver alguém batendo uma foto, se colocar na frente da máquina e dizer "como você quer que eu saia?". Sendo assim, corre um grande risco de ouvir um "eu quero que você saia da frente!". É o chamado "sem noção"; b) tem aquele tipo que se contenta com o que faz, não se importando muito com a opinião alheia. Independente do que os outros acham dele, ele segue em frente. Via de regra, acaba se tornando o tipo que será descrito no item 4. Pensando o sucesso como um processo, este passo, muitas vezes, é o que antecede o sucesso pleno.


4) Você se vê como um sucesso e os outros também. Aqui nós temos dois tipos de comportamentos gerados a partir dessa situação: a) como no item anterior, a pessoa que se considera um sucesso, ao também ser considerada como, pode adquirir um perigoso comportamento de autossuficiência. Ela, ao adquirir uma certa fama, começa a interpretar o sucesso como algo eterno, bancado pelos atos do passado. Acha que sua realização é mais importante que seu comportamento. Passa a ignorar as pessoas que a ajudaram a chegar até o topo (de onde?); b) a pessoa sabe que o sucesso é algo imediato. Pode ter continuidade ou não. Pode ser passageiro. Este entende que o reconhecimento pressupõe o outro. O outro é que reconhece. E, ao reconhecê-lo, ao aceitar e se impressionar com seus feitos (não necessariamente nessa mesma ordem), há o ambiente propício para a própria pessoa se reconhecer, ou seja, se ver, se aceitar, olhar para dentro de si e ver que há alguém especial. E, assim sendo, tem compromisso para com o outro. Trabalha, faz, realiza para colaborar para a vida das outras pessoas (mesmo recebendo por isso, é claro).


O fato é que a gente nunca pode perder de vista que o sucesso pressupõe que você se reconheça como tal, aceite, entenda, vibre com suas realizações, mas que, também, faça isso sempre em nome de (e para) alguém. Você não é sucesso, é visto como. E para isso depende de outras pessoas. Depende de uma pequena parte ao que você percebe de si. Uma grande parte ao que os outros acham de você. Portanto, o sucesso pleno pressupõe "o outro", o próximo. Enquanto muitos querem ganhar passando por cima das pessoas, esquecendo que a vitória na vida não pressupõe que haja perdedores, outros querem perder, visto que o "coitadismo", o sofrimento, parece que o faz feliz; outros ainda não querem nada, satisfazem-se com uma vida de zero a zero. Parafraseando Djavan, o sucesso é aquele que busca sim o empate, não de zero a zero, mas de um a um.
Claudinet Antônio Coltri Júnior é palestrante; consultor organizacional nas áreas de gestão estratégica (organizacional e pessoal), marketing e de pessoas; coordenador da área de gestão da Educação Tecnológica do Univag e escreve em A Gazeta às quintas-feiras. Web-site: www.coltri.com.br; e-mail: junior@coltri.com.br

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